Quando descobri que seria mãe, eu achava que a amamentação seria natural. Que o leite viria, o bebê pegaria o peito e tudo fluiria. Mas não foi nada disso que aconteceu. E talvez você, que está lendo esse texto, também esteja enfrentando ou tenha enfrentado dificuldades. Então quero dividir aqui, de coração aberto, como foi a minha experiência com a amamentação — cheia de desafios, aprendizados e, principalmente, descobertas sobre o que é ser mãe de verdade.
Quando o leite “desceu”, mas só de um lado
Logo nos primeiros dias, percebi que algo estava errado. Enquanto meu peito direito ficou grande, quente, dolorido e completamente ingurgitado, o esquerdo… nada. Nenhuma reação. Era como se ele simplesmente não tivesse “ligado”.
Apesar do ingurgitamento no lado direito, a quantidade de leite era muito pequena. O peito parecia cheio, mas o leite não vinha como eu imaginava. A frustração começou aí.
Tentativas, chás e muita água
A pediatra me indicou domperidona, um medicamento que ajuda a estimular a produção. Foi uma pequena luz no fim do túnel, mas não trouxe o resultado que eu tanto desejava.
Tentei também a técnica de relactação — um método que permite complementar a amamentação usando sonda e fórmula para estimular a sucção no peito. Me ajudou um pouco, e com isso intensifiquei ainda mais o autocuidado: passei a beber 4 litros de água por dia, tomar chás calmantes como camomila, erva-cidreira, funcho, erva-doce… Tudo na tentativa de hidratar meu corpo e acalmar minha mente.
As madrugadas e a exaustão
Contratei duas consultoras de amamentação que foram incríveis e muito atenciosas. Uma das orientações que recebi foi amamentar de madrugada, pois é nesse período que o corpo costuma produzir mais leite.
Mas pra mim, isso foi um tiro no pé. As noites sem sono me deixavam exausta. E mesmo quando acordava com os seios um pouco mais cheios, era algo que esvaziava muito rápido. Eu apertava para ver se saía alguma coisa… e nada. O cansaço se somava à frustração.
A bombinha e a tristeza silenciosa
Usei e abusei da bombinha extratora. Testei horários, fiz massagens, tentei relaxar. Mas nenhuma dessas estratégias fez minha produção aumentar do jeito que eu sonhava. Ver aquele potinho quase vazio, dia após dia, me deixava arrasada.
Chorei, me culpei, me questionei. Era como se eu estivesse falhando na missão mais básica da maternidade.
Até que eu entendi: ser mãe é muito mais do que amamentar
Com o tempo — e com muita conversa, apoio e autocuidado — fui entendendo que a maternidade não se resume ao ato de amamentar.
O amor que eu ofereço ao meu filho está em cada olhar, em cada colo, em cada madrugada acordada. Está na minha entrega diária, no meu esforço, na minha presença.
Não sou menos mãe porque não consegui amamentar como queria. Sou mãe porque faço o meu melhor — todos os dias.
Se você também está passando por dificuldades com a amamentação, quero te lembrar: você não está sozinha. E você é uma mãe maravilhosa, do seu jeito, com a sua história. 💛
